Preciso de ti

Author: Vicky D. / Etiquetas:

Estou sentada no meu muro. Lembras-te das tantas vezes que te disse “Estou no bronze a ler”? Era neste lugar. Quando o Sol aparece, pego num livro e subo para aqui para ler. Seja Inverno ou Verão, faça frio ou calor. Basta o Sol brilhar! Perguntavas sempre que livro estava a ler, tendo a certeza de que não o conhecias, pois só lês Banda Desenhada... Eras querido, eras fofo, eras o melhor que tinha... Hoje o Sol brilha. Mas hoje é diferente. Hoje decidi deixar de parte o livro. Hoje em que estão trinta e tal graus e um calor insuportável. Hoje em que só de vez em quando aparece uma brisa que me refresca. Hoje em que não te tenho. Hoje... peguei num bloco e num lápis.

Sinto a tua falta. Sinto-me como um livro inacabado. Sinto como se fosse este bloco que tenho nas mãos cheio de folhas brancas à espera de serem escritas. Sinto-me como um jarro vazio sem flores que o alegrem. Preciso de ti. Detesto ter de admiti-lo, mas preciso. Preciso do teu apoio, das tuas palavras, do teu ser. Permaneces sempre nos meus pensamentos, mesmo que eu não queira. Quando dou por mim lá estás tu. Acordo a pensar em ti, deito-me a pensar em ti, faço tudo a pensar em ti. Olho para o visor do telemóvel várias vezes ao dia. Espero que apareça lá o teu nome escrito. Mas passam dias e dias e nada aparece. Já perdi a conta a quantos meses passaram. Sabes que este mês fazia um ano em que começámos a falar um com o outro? Conhecemo-nos em Maio, mas só começámos a falar nas férias. Estávamos em locais distantes, mas juntos. De manhã à noite. Sempre a falar sobre o que gostávamos, o que fazíamos, o que nos tornava “irmãos”. Eu era uma base para ti e tu eras uma base para mim. Pelo menos eu achava isso. Talvez fosse ilusão ou talvez não. Se não era ilusão o erro foi todo meu. Disseste aquilo talvez por ser novidade e estares cheio de alegria. Mas eu choquei-me. E esse choque talvez me tenha levado a julgar tudo mal. Infelizmente, e tenho de admiti-lo, arrependo-me de ter seguido o rumo que segui. Acredito que a indiferença não te foi indiferente e que estraguei tudo com isso. Afastei-te! Agora vejo isso. A culpa foi minha... só pode! Senão para quê tantas desculpas? Para quê desaparecer? Para eu ficar vazia? Se for isso está a resultar... Porquê? Porque hoje estou sentada no meu muro, com o Sol a brilhar, com um bloco e um lápis, a escrever o quanto preciso de ti!

2 comentários:

Anónimo disse...

O texto está muito bom :)
Quando escreveres um livro não te esqueças de mim!!! :p

Dany disse...

Eu já tinha lido e já te tinha dito...está lindo :)

Enviar um comentário

Com tecnologia do Blogger.